sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mulheres na Ciência

Esta semana estive em um evento na Academia Brasileira de Ciências e fiquei muito feliz ao ouvir o presidente (Jacob Palis) dizer que a 12,5% dos afiliados da ABC são mulheres. Mais ainda, essa proporção é superior às Academias de Ciências do Reino Unido e da França, segundo o professor Palis. Como colocado no evento, não é muito mas é um bom começo. Como já falado anteriormente aqui e em outras mídias, é preciso aumentar esta participação feminina. Sobretudo quando observamos uma forte presença de meninas na graduação, ainda mais em Ciências Biológicas.
Pois bem, a Science Careers lançou uma série de artigos a esse respeito e neste tópico, um ensaio escrito por uma cientista autraliana me chamou a atenção. No ensaio, Tracy Ainsworth fala sobre uma carreira na ciência que seja family-friendly. Tracy lembra que a carreira em ciência tem vantagens como: trabalhar em um horário flexível, a possibilidade de viajar e de conhecer pessoas interessantes (ou nem tanto). Assim, Tracy ressalta a necessidade de encorajar as mulheres que começam na ciência, de permanecer na ciência. E as mulheres que assim fizeram podem e devem servir de modelo para as que estão em dúvida ou pensando em desistir.

Nesse sentido, o governo australiano vem tomando algumas iniciativas tais como:

- Fornecer licença maternidade de 6 meses com salário integral (12 meses com meio salário) 6 meses de extensão no prazo da bolsa.

- A agência financiadora deve subtrair um ano do tempo de experiência (após o doutorado) para cada filho de uma cientista candidata. Assim, uma candidata que tem doutorado há 15 anos e dois filhos teria sua produtividade avaliada em 13 anos ao invés de 15.

- Editais de pesquisa específicos para mulheres que querem retomar a carreira após uma pausa para a maternidade.

- Cursos de desenvolvimento profissional com treinamento em liderança e gestão em pesquisa, para mulheres.

Políticas direcionadas como essas podem fazer a diferença para uma cientista que quer continuar na carreira.

Um comentário:

  1. Muito boa a inciativa do governo da Australia! Quem sabe assim e, principalmente, se essa ideia se espalhar, acabem com as dificuldades impostas as mulheres que querem trabalhar na ciencia sem abrir mao da maternidade! Sarah

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