quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A surpreendente verdade das nossas motivações

Não pense que nos referimos a motivações inexplicáveis ou secretas. Trata-se de saber o que nos motiva a trabalhar mais e com maior qualidade.
Pelo que se vê hoje, com múltiplos exemplos, muitos responderiam que é o dinheiro.
Bem veja mais uma das excelentes animações do RSA:

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Bom, mas não excelente. Negado!


O nível de financiamento à pesquisa atende a minoria dos projetos apresentados. São rejeitados de 70 a 80% dos projetos apresentados na maioria das agências de financiamento. Ë esperado que o sistema resulte em muitas queixas.
"The system for funding scientific research is broken.
This declaration came to my mind after I experienced three separate occurrences. The first was my application for a European research grant. At the end of the evaluation procedure, the reviewers wrote that my proposal was interesting, I had a good track record of publications, and the project had been well described. Nevertheless, they had to reject my application since I am a “good” but not “outstanding” researcher. This reply was received after I had applied for dozens of research grants without success."
Este é um trecho do artigo cujo título é a imagem deste post. Como saber se foram tomadas as decisões corretas? Como melhorar o sistema?
Veja o artigo completo (aqui).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza


Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza


TEMA DA SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE 2012



O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, responsável pela coordenação nacional da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), após receber várias sugestões e ter feito consultas a instituições e entidades parceiras na organização deste evento nacional, anuncia a data e o tema principal da SNCT 2012.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2012 ocorrerá entre 15 e 21 de outubro. O tema principal será: “Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza”. 
Na SNCT 2012 serão promovidas e estimuladas em todo o país atividades de difusão e de apropriação social de conhecimentos científicos e tecnológicos relacionados com este tema. Serão debatidas as estratégias e mudanças necessárias para uma economia verde que, em conexão com um desenvolvimento sustentável, contribua para a erradicação de pobreza e a diminuição das desigualdades sociais no país. 
O lema da SNCT 2012 foi escolhido em função de ser este o tema da Conferência Rio + 20, evento de enorme importância e organizado pela ONU, que ocorrerá no Brasil, em junho de 2012, com participação de quase todos os países do mundo.  
Um objetivo da SNCT 2012 será discutir em escolas, universidades, comunidades e locais públicos os diversos aspectos envolvidos no estabelecimento de uma economia verde, bem como os desafios da sustentabilidade nas suas dimensões ambiental, econômica e social. As pesquisas científicas e tecnológicas, os intercâmbios científicos e o uso generalizado e aberto dos dados e resultados científicos são fatores essenciais para enfrentar estes desafios, tendo em vista os limites naturais do Planeta e a necessidade de estruturas sócio-econômicas renovadas. Por outro lado, uma educação de qualidade é um elemento indispensável para possibilitar uma formação cidadã adequada para o desenvolvimento sustentável. 
A Assembléia Geral das Nações Unidas declarou também o ano de 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos. A ONU está estimulando todos os países a realizarem atividades com o objetivo de aumentar a consciência coletiva sobre a importância deste tema, por meio de ações a nível local, regional e internacional.
Convidamos as instituições de pesquisa e ensino, universidades, escolas tecnológicas e profissionais, secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação, fundações de apoio à pesquisa, órgãos governamentais, espaços científico-culturais, escolas de todos os níveis, empresas, entidades científicas e tecnológicas e organizações da sociedade civil, bem como cientistas, professores, pesquisadores, técnicos, estudantes, comunicadores da ciência e todos os interessados, para que coloquem a data da SNCT 2012 em suas agendas, iniciem o processo de sua preparação e participem intensamente de sua realização. 
Marco Antonio Raupp
Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação



Figura do site NigeriansTalk.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Expression Profiling of Human Immune Cell Subsets


Post de Marcia Weber Carneiro

Allantaz F, Cheng DT, Bergauer T, Ravindran P, Rossier MF, Ebeling M, Badi L, Reis B, Bitter H, D'Asaro M, Chiappe A, Sridhar S, Pacheco GD, Burczynski ME, Hochstrasser D, Vonderscher J, & Matthes T (2012). Expression Profiling of Human Immune Cell Subsets Identifies miRNA-mRNA Regulatory Relationships Correlated with Cell Type Specific Expression. PloS one, 7 (1) PMID: 22276136


ResearchBlogging.org
O sangue é um tecido complexo com diferentes tipos celulares, funções específicas e perfis distintos de expressão gênica. Determinar a especificidade da expressão do RNAm nas células sanguíneas é importante para o entendimento do sistema imune e hematopoiético e para caracterização do sangue como uma fonte importante de biomarcadores transcricionais. Além disso, é de grande interesse compreender a dinâmica nas mudanças da regulação transcricional que resultam em diferentes padrões de expressão gênica nos distintos tipos celulares.
Assim, no presente trabalho, autores avaliam o perfil global de expressão de miRNAs em 9 tipos de células imune do sangue periférico (neutrófilos, eosinófilos, monócito, células B, células T CD4, células T CD8, mDCs e pDCs). miRNAs são pequenos RNAs regulatórios que regulam a expressão de genes alvos reprimindo ou degradando o RNAm.
Eles identificaram 4,5 e 9 miRNAs específicos para 1, 2 e 3 tipos celulares, respectivamente. Como exemplo, citamos o mir-31, especifico para células T, e o mir-223, específico para neutrófilos, eosinófilos e monócitos. Em seguida, eles determinaram o perfil de expressão de RNAm nas mesmas células dos mesmos doadores para investigar se os miRNAs específicos para os tipos celulares regularam negativamente seus genes alvos. Eles encontraram 6 miRNAs específicos para os tipos celulares que se correlacionaram negativamente com a expressão de seus genes alvos. Por exemplo, o mir-223 possui 82 RNAm regulados negativamente em monócitos, eosinófilos e neutrófilos. Por fim, para elucidar o papel funcional destes miRNAs, eles construíram redes especificas para o tipo celular dos pares RNAm/miRNAs. Com isso, eles determinaram 2 redes principais; uma que consiste de 9 miRNAs de células da linhagem mielóide, e um com 2 miRNAs da linhagem linfóide.
Assim, os miRNAs possuem papel importante na repressão da expressão de genes envolvidos na regulação transcricional. Eles foram capazes de identificar miRNAs, seu gene alvo, e seu papel em linhagens celulares específicas.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Prepare o seu paper para ser encontrado numa busca na rede


O San Francisco edit é um serviço de edição de manuscritos científicos. O que mais me chamou atenção neles é que produzem uma newsletter com textos muito úteis para várias etapas da publicação científica (veja uma lista parcial na figura acima).


A mais recente que recebi fala do tema deste post: "Optimizing Your Paper for a Search Engine"


"Optimizing your paper for academic and web based search engines will greatly increase its chance of being viewed and/or cited in another manuscript.
Nowadays, most research information, if not all, is retrieved online through search engines and databases.  It is therefore very important to provide good, descriptive keywords in you paper covering all the key concepts and contexts of your manuscript.
When you publish a paper, you can take measures to ensure your paper and research maximizes its potential within relevant academic networks.  The number of citations a paper receives helps to determine the impact of your research.  Even if your research is excellent, if no one finds your paper, it won’t be cited.  The closer your paper is to the number one search result, the more likely it will be read."

Os dois primeiros tópicos:

"Be descriptive: Keywords should describe as specifically as possible the topic about which you are writing.  Keywords should identify your topic, academic subdiscipline, methodology, and anything that describes your research.  Since it is not possible to optimize your manuscript with dozens of keywords, it is better to choose a few.
Choose your search terms carefully: Keywords should reflect a collective understanding of the subject.  They should not be very unique, technical, and only understood by a small number of experts."

Vale a pena explorar o site deles (aqui)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Já é Carnaval

"Já é carnaval cidade
Acorda pra ver
A chuva passou cidade,
o sol brilhaê"

Acorda Cidade de Gerônimo


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Estudo Metabolômico Urinário em Infecção por Plasmodium vivax



ResearchBlogging.org
Post de Gabriela B. C. Garcia
Parasitas do gênero Plasmodium sp.  são os agentes etiológicos da malária, doença milenar que acomete 200 a 300 milhões de pessoas por ano. Ocorre principalmente na África Subsaariana, no Sudeste Asiático, entre outras regiões. Na Índia, o Plasmodium vivax é o principal responsável pela malária clínica (Joshi et al, 2008). Admite-se que a patogenicidade da doença esteja fortemente associada a complicações metabólicas resultantes da interação parasita/hospedeiro (obtenção de nutrientes ou liberação de metabólitos tóxicos pelo parasita). 

As infecções por P. vivax eram consideradas brandas, no entanto, relatos recentes de vários locais do mundo, incluindo os trabalhos de Andrade et al do nosso grupo, apontam que esta espécie também pode provocar malária grave. Assim, é importante compreender como a relação de parasitismo interfere no metabolismo do hospedeiro e na sua resposta à infecção. 
No artigo recém publicado no Malaria Journal, foi feita uma análise da resposta metabólica do hospedeiro associada à infecção, através de espectroscopia de RMN baseada em técnicas de metabonômica. Foram determinados três grupos de estudo: pacientes infectados por P. vivax, indivíduos sadios e pacientes febris não infectados por malária. Amostras de urina das classes citadas foram coletadas, submetidas à espectroscopia por ressonância magnética nuclear (RMN) e posterior análise estatística multivariada. A metabonômica é uma tecnologia que analisa de maneira global os metabólitos presentes nos fluidos biológicos que, seguida de métodos estatísticos [PCA] e/ou [OPLSDA], é capaz de traçar um perfil metabólico. A identidade da substância que é perturbada em resposta ao fator de estresse (genético ou ambiental) de interesse pode ser determinada com esta metodologia (Lindon et al, 2001). Esta técnica tem sido utilizada na identificação de novos biomarcadores em diferentes doenças. 
Os perfis metabólicos urinários dos grupos em estudo foram comparados com a finalidade de obtenção de marcadores específicos da malária. Os resultados demonstraram diferenças significativas no perfil metabólico urinário de pacientes com malária P. vivax, indivíduos sadios e pacientes febris não malária. De acordo com essas dessemelhanças, os metabólitos que foram delineados possibilitam o diagnóstico não invasivo da doença. 
Vários metabólitos diferiram entre os pacientes infectados e os dois grupos controle (ver tabelas 3 e 4). Entretanto, a observação de um aumento significativo nos níveis de ornitina e de N-acetilornitina na urina de indivíduos com malária (em comparação com pacientes febris não malária e indivíduos saudáveis, respectivamente), ratifica informações anteriores sobre o aumento de OCT no soro associado ao dano das células hepáticas (Lopansri  et al, 2006 e Sampath et al, 2002); ciclo da uréia prejudicado, e toxicidade por amônia durante malária em camundongos (Penet et al, 2007).  
A partir destas observações foi possível inferir que a diminuição significativa da ornitina no plasma de pacientes com malária clínica (Lopansri  et al, 2006) é devida ao aumento da excreção deste metabólito em pacientes infectados. 
Em conformidade com estudos anteriores e de razão desconhecida, foi observado um leve aumento nos níveis de ácido pipecólico em pacientes infectados versus pacientes febris não malária. O ácido pipecólico está associado a doenças crônicas do fígado nos seres humanos, o que contribui para a associação da malária com a disfunção hepática.  
Logo, foi possível determinar um perfil metabólico urinário em infecções por P. vivax, caracterizado principalmente pela alteração no ciclo da uréia e excreção aumentada de ornitina, altos níveis de ácido pipecólico e, consequentemente, provável lesão hepática. O trabalho em discussão foi pioneiro na análise metabolômica/metabonômica da malária humana e determinação da ornitina como possível biomarcador urinário da infecção malárica. Assim, novas possibilidades de diagnóstico não invasivo da malária podem surgir a partir da obtenção de biomarcadores específicos.     

Figura do site IsoLife


Sengupta, A., Ghosh, S., Basant, A., Malusare, S., Johri, P., Pathak, S., Sharma, S., & Sonawat, H. (2011). Global host metabolic response to Plasmodium vivax infection: a 1H NMR based urinary metabonomic study Malaria Journal, 10 (1) DOI: 10.1186/1475-2875-10-384

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MHC, infecção, odores e evolução


Interessado em saber porque a evolução manteve gens causadores de infecção?
ou como o MHC está relacionado com odores e seleção de parceiros?
Será interessante ler o artigo:

Why infection-causing genes survive



Veja um trecho:
"Scientists have proposed three theories for why so many MHC gene variants exist in vertebrate animal populations (invertebrates don’t have MHCs), and say all three likely are involved in maintaining the tremendous diversity of MHCs.
Theory one states that an organism with more MHC varieties has a better immune response than organisms with fewer varieties, so over time, organisms with more MHCs are more likely to survive. However, this theory cannot explain the full extent of MHC diversity.
According to the second theory, previous research indicates that people and other animals are attracted to the smell of potential mates with MHCs that are “foreign” rather than “self.”"
Ilustração. Molécula de MHC de http://www.comp.nus.edu.sg/~wongls/talks/icbme00-talk/mhc.jpg

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

The cost of knowledge

Fonte: Revista Piauí - Questões de Ciência

Já são quase 5 mil os signatários do manifesto The Cost of Knowledge [O custo do conhecimento], um boicote coletivo à Elsevier, a maior editora de revistas científicas do mundo. Os pesquisadores afirmam que não vão mais publicar nos periódicos do grupo e nem atuar como revisores – um trabalho que costumam fazer de graça.

A Elsevier, grupo multinacional sediado na Holanda, publica cerca de 2 mil periódicos e teve em 2010 um lucro de 847 milhões de euros, ou mais de um terço da sua receita anual. A editora é acusada pelos pesquisadores de explorar o trabalho voluntário dos pesquisadores e cobrar preços extorsivos por suas revistas, obrigando muitas vezes as bibliotecas a assinar pacotes de periódicos, nos quais títulos menos relevantes são empurrados junto com revistas essenciais (qualquer semelhança com os pacotes das operadoras de TV a cabo não é coincidência).

A proposta de boicote reflete uma insatisfação antiga da comunidade científica com um sistema de publicação que ainda é majoritariamente fechado. Mas ela foi desencadeada por um projeto de lei dos Estados Unidos que impediria que pesquisas financiadas com dinheiro público tivessem acesso aberto um ano depois de publicada.

A Elsevier é alvo do protesto por sua visibilidade, mas o descontentamento dos cientistas se estende a outras editoras. “A Elsevier é somente a empresa que mais chama a atenção por essas práticas e pelo lucro exorbitante que tem, mas há algo de muito errado com todo o sistema de publicação de artigos científicos”, reconheceu o físico Ernesto Galvão, professor da Universidade Federal Fluminense e um dos signatários brasileiros do manifesto.

O projeto de lei e a reação dos pesquisadores já motivaram a publicação de dezenas deartigos e posts na imprensa mundial. Para citar apenas três exemplos colhidos na blogosfera brasileira, vale ler os textos de Carlos Orsi, que fez uma discussão minuciosa do contexto em que surgiu o manifesto, de André Rabelo, que apontou alguns caminhos possíveis para o futuro da ciência aberta, e de Átila Iamarino, que discutiu como os cientistas brasileiros podem se posicionar nesse debate.

Conteúdo aberto x fechado
A defesa da ciência aberta reflete um movimento mais amplo pelo acesso irrestrito à informação em vários domínios. Na avaliação do médico e pesquisador da área de saúde pública Kenneth Camargo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), as editoras de periódicos se veem diante de uma crise que há anos assusta as indústrias fonográfica e cinematográfica. “Determinadas empresas se acostumaram com um modelo de negócios que está ameaçado”, avaliou o médico, que também assinou o manifesto. “Mas com o crescimento dos portais abertos como o Scielo, no Brasil, o PLoS e o Biomed Central, no exterior, claramente está se desenhando um campo de força oposto.”

Mas ainda não está claro qual modelo poderá substituir o sistema atual. Camargo – que é editor da revista brasileira Physis, publicada pela Uerj, e editor associado do American Journal of Public Health, dos Estados Unidos – lembra que, em alguns periódicos abertos do exterior, os autores precisam pagar uma taxa de publicação (os recursos acabam diluídos nas verbas de financiamento à pesquisa). Entre as revistas brasileiras de acesso aberto, a prática não é rotineira.

“Ainda dependemos de fundos da universidade e das agências de fomento para arcar com os custos de secretaria, edição, impressão”, disse Kenneth Camargo. “Enquanto não equacionarmos como isso vai funcionar, não está muito claro qual modelo econômico seguiremos no futuro. Mas não dá para ser esse modelo oligopolista.”

Soluções como o arXiv, repositório público de artigos muito usado por pesquisadores das ciências exatas, estão entre as mais citadas pelos críticos como possível modelo alternativo ao atual. Ernesto Galvão aposta num modelo como esse para o futuro da publicação científica, desde que o sistema tenha um mecanismo de validação da qualidade dos artigos. “Acredito que outros modelos para publicação são possíveis, que combinem algum tipo de julgamento por pares e um baixo custo de disseminação”, disse o físico.

Em defesa da Elsevier
A editora divulgou no início do mês um comunicado não assinado em que defende que as editoras são necessárias para o bom funcionamento da ciência. “Sem as editoras e os revisores, os 3 milhões de artigos enviados todo ano às revistas científicas não seriam transformados no 1,5 milhão de artigos publicado todo ano”, diz o comunicado. “Os pesquisadores funcionam de forma mais eficiente e efetiva por causa do valor agregado por todos nós através dos processos de publicação.”

O economista David Stern, editor da revista Ecological Economics, publicada pela Elsevier, também saiu em defesa da editora em seu blog. Para ele, não faz sentido o argumento segundo o qual pagar pelos artigos científicos significa pagar em dobro pela ciência que já havia sido financiada com recursos públicos. “A Elsevier é como o Walmart, eles distribuem o produto e isso custa dinheiro”, afirmou Stern. “Não vejo por que usar dinheiro público para pagar à PLoS para publicar um artigo seja moralmente melhor do que usá-lo para que uma biblioteca universitária assine um periódico. Os custos têm que ser pagos de uma forma ou de outra.”

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

CONVOCATORIA CYTED 2012


Estimados amigos,
Desde la Secretaria General de Programa CYTED nos ponemos en contacto con vosotros para comunicaros las fechas de apertura de la Convocatoria CYTED 2012, que permanecerá abierta desde el día 1 de febrero de 2012 hasta el día 3 de abril de 2012 a las 17:00 horas (hora local de Madrid, España).

Tanto el sistema de registro como la documentación relativa a dicha Convocatoria se encuentra disponible en la página Web del Programa CYTED, http://www.cyted.org dentro del apartado “CYTED investigación Convocatoria 2012”).

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

TLR7/8 ligand - resiquimod

ResearchBlogging.org



Hackstein, H., Knoche, A., Nockher, A., Poeling, J., Kubin, T., Jurk, M., Vollmer, J., & Bein, G. (2011). The TLR7/8 ligand resiquimod targets monocyte-derived dendritic cell differentiation via TLR8 and augments functional dendritic cell generation Cellular Immunology, 271 (2), 401-412 DOI: 10.1016/j.cellimm.2011.08.008


As células dendríticas são células apresentadoras de antígenos que fazem o “link” entre a imunidade inata e a imunidade adaptativa. Além do seu papel na imunidade e tolerância imunológica, elas são alvos para a modulação farmacológica da resposta imune e para o desenvolvimento de novas terapias celulares. O resiquimode, derivado da família imidazoquinolina, é um quimioterápico e imunoestimulante com atividade antitumoral e antiviral. Possui ação imunomoduladora, através da atividade agonista de TLR 7 e 8, ativando a imunidade inata e adaptativa (Th1), através da indução de mediadores imunes inflamatórios como IFN-a, TNF-a, IL-1, 6, 8 e 12.


O objetivo do trabalho em questão foi avaliar o impacto do resiquimode nas células dendríticas humanas derivadas de monócitos (moDC)[1]. Desta forma, monócitos humanos foram diferenciados em células dendríticas através da adição do resiquimode na cultura. Após o cultivo, observou-se que o resiquimode inibiu a diferenciação dos monócitos em células dendríticas convencionais, e que as células moDC geradas apresentavam um perfil de moléculas CD14 High e CD1a Low. Como a droga resiquimode é um agonista de TLR 7 e 8, os autores avaliaram qual receptor de Tol poderia anular a diferenciação de células moDC convencionais. Com isso, monócitos foram cultivados com ligantes de TLR 7 (Guardiquimod e Loxoribine) e os autores observaram que “TLR7 stimulation did not abrogate conventional DC differentiation”. Após observarem que o TLR 7 não suprimia a diferenciação de moDC em células dendríticas convencionais, os autores avaliaram se isto estava ocorrendo via TLR 8. Utilizando ODN antagonistas de TLR, os pesquisadores observaram que “resiquimod modulates the differentiation of moDC in a TLR8-dependent manner”.

Com relação à análise fenotípica e funcional das moDC diferenciadas com resiquimode, os autores observaram que estás células expressavam significativamente mais marcadores de superfície (CD40, CD83, CD86, CD123 e MHC-II), induziam maior proliferação de células CD4 e CD8, e também maior produção das citocinas IL-4, IL-9, IL-10 (p=0,07), além de menor produção de IFN-g em comparação com as células dendríticas convencionais.

Em suma, o trabalho de Hackstein e colaboradores (2011) demonstra a importância do TLR 8 na diferenciação e maturação das células dendríticas através do ligante de TLR 7/8 (resiquimode) e também a diferença qualitativa do TLR 8 versus 7 com relação a diferenciação e maturação da moDC.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Museu da Vida é premiado em um dos maiores concursos de design do mundo



Museu da Vida é premiado em um dos maiores concursos de design do mundo


"OVERVIEW
The winners of the first-ever Interaction Awards, recognizing 26 projects from all over the world for their excellence in interaction design. The criteria for evaluating the entries were based on context, impact, craft and overall presentation, and selected by an international panel of Jurors.

  • 300+ submissions
  • 33 Countries
  • 60% Professionals / 40% Students"

"O Museu da Vida da Fiocruz (RJ) foi agraciado por dois prêmios na edição de 2012 do Interaction Awards, um dos maiores concursos internacionais de design, pela tabela periódica interativa produzida para a exposição “Elementar – a química que faz o mundo”. Os vencedores foram anunciados no dia 3 de fevereiro em Dublin (Irlanda) durante a quinta Conferência Internacional da Interaction Design Association (IxDA), rede global fundada em 2003 que conta atualmente com mais de 25 mil associados.
Com 394 votos recebidos pela internet, o Museu foi o mais lembrado pelo júri popular. Faturou ainda o prêmio na categoria “Engajamento”, concedido pelo júri oficial da competição. Em 2012, foram mais de 300 projetos inscritos na disputa, vindos de 33 países. A lista completa de vencedores deste ano pode ser vista no site http://awards.ixda.org/interactionawards2012.
Na tabela periódica premiada, cada um dos 118 elementos químicos conhecidos é representado por um cubo feito de material leve e facilmente manuseável, com fotos e informações relacionadas a suas características. Clicando aqui, você assiste a um vídeo (em inglês) sobre esse módulo da exposição.
A tabela foi construída a partir de dispositivos antigos que foram destinados ao lixo: uma webcam velha, uma antiga TV de tubo e um computador. Sua concepção partiu de uma tecnologia simples, como um código em 2D (QR Code), direcionando o link para os arquivos locais que contêm os vídeos. O sistema aciona uma leitora ótica que identifica o código e apresenta um vídeo fornecido pela University of Nottingham (Reino Unido), com explicações de um cientista sobre cada um dos elementos. 
A exposição “Elementar – a química que faz o mundo” ficou em cartaz no Museu da Vida de abril a outubro de 2011, período durante o qual recebeu cerca de 10 mil pessoas. De outubro a dezembro, pôde ser visitada pelo público na Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista. A mostra foi realizada em conjunto com a Sociedade Brasileira de Química e contou com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e do CNPq/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação."

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Artigo interessante do The Economist sobre doenças negligenciadas




"GLOBAL health campaigns like grand goals. On January 30th Bill Gates joined the head of the World Health Organisation (WHO), 13 drug-company executives and others in pledging to eradicate or control by 2020 ten of the world’s nastiest diseases, which afflict more than a billion people. Guinea worm, sleeping sickness, bilharzia (which doctors call schistosomiasis) and the others rot tissue and cripple the organs. Even if they do not kill, they stunt children and sap adults’ energies.
The new push comes as a bolder set of ambitions hits trouble. As part of the Millennium Development Goals, world leaders promised in 2000 to curb the toll of HIV, malaria and tuberculosis by 2015. That brought a spending splurge—donations for health projects in poor countries more than doubled between 2001 and 2008 (see chart). The death rate for malaria dropped by more than a quarter. But the economic crisis has tightened fists. Christopher Murray of the University of Washington reckons annual spending-growth from 2009 to 2011 was only 4%. Excluding the World Bank’s money, mostly loans to middle-income countries, giving is nearly flat."
Veja o artigo completo aqui.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Mieloperoxidase associado com NET leva à morte de bactérias na presença de peróxido de hidrogênio

Post de Sarah Falcão

ResearchBlogging.org

Parker H, Albrett AM, Kettle AJ, & Winterbourn CC (2011). Myeloperoxidase associated with neutrophil extracellular traps is active and mediates bacterial killing in the presence of hydrogen peroxide. Journal of leukocyte biology PMID: 22131345

Neutrófilos formam a primeira linha de defesa contra a invasão de patógenos e, tem sido reportado serem capazes de liberar neutrophil extracellular traps (NETs). NETs são liberados por PMNs em resposta a uma variedade de estímulos e são formados por uma rede fibrosa que serve de armadilha para microorganismos. São consistidos de cromatina nuclear (DNA e histonas) que formam uma rede contendo também proteínas. Muitas destas proteínas se originam de grânulos neutrofílicos que incluem MPO, elastase e peptídeos anti-microbiais. Para que haja a formação da NET é necessária a descondensação do material nuclear, desintegração nuclear e constituintes da membrana e, então, a liberação da cromatina associado à proteínas. NETs podem ser induzidas por uma variedade de mediadores inflamatórios, incluindo PMA, IL-8, anticorpos citoplasmáticos anti-neutrofílicos, plaquetas ativadas por endotoxinas, em pacientes com sepsis e por patógenos como Staphylococcus aureus, Aspergillus fumigatus, Mycobacterium tuberculosis e Candida albicans.
Muitos estímulos que induzem a formação de NETs também ativam a NADPH oxidase neutrofílica a produzir superóxido. Além disso, pacientes com a doença granulomatosa crônica, que possui carência de atividade da NADPH oxidase, não formam NETs em resposta a PMA. Também foi observada liberação de NETs em resposta ao peróxido de hidrogênio (H2O2) exógeno. Entretanto, apenas a exposição à oxidantes não é suficiente, é também necessária a indução de autofagia para formação de NETs. Sabe-se que a mieloperoxidase (MPO) reage com H2O2 e íons para gerar HOCl e, recentemente, foi observado que a MPO também faz parte da constituição das NETs.
Com o objetivo de investigar a importância da MPO para formação da NET e para sua atividade microbicida, foi observado, por microscopia de fluorescência, a liberação de NET pelos PMNs do sangue de indivíduos saudáveis e a aderência de MPO na NET. Posteriormente, PMNs foram tratados com PMA, para indução de NET e foram incubados na presença ou não de DNAse. Após a obtenção do sobrenadante, a atividade da MPO livre foi mensurada. Observou-se uma maior porcentagem de MPO livre na presença da DNAse, enquanto que o mesmo não foi visto na sua ausência, indicando que a MPO associa-se às NETs. E esta associação foi identificada a partir de 2 horas. Para avaliar se a MPO está ativa enquanto está associada à NET, estas foram submetidas à digestão limitada com DNAse. A atividade da MPO associada ao DNA parcialmente digerido foi igual à amostra tratada com alta concentração de DNAse, usada para completa digestão, sugerindo que MPO associado à NET apresenta atividade assim como a MPO livre. A heparina é carregada negativamente e capaz de dissociar a MPO carregada positivamente. Para determinar se heparina poderia desfazer a associação da MPO com a NET (DNA) negativamente carregada, efeitos dos tratamentos com DNAse e heparina foram comparados. O tratamento com heparina durante a formação da NET mostrou uma grande quantidade de MPO livre equivalente ao tratamento com DNAse, indicando que a heparina inibiu a ligação da MPO à NET. Assim, a diferença entre as cargas da MPO e do DNA podem estar relacionadas com a sua associação. Por último, estudos foram feitos com S. aureus para avaliar a capacidade da NET de matar o patógeno. Após indução de NET, a MPO livre foi cuidadosamente retirada para que permanecessem apenas MPO associado à NET e H2O2 foi adicionado como substrato para MPO. Nessas condições, houve a redução da viabilidade da bactéria, e esta redução foi dose-dependente de H2O2, enquanto que na sua ausência não houve morte do patógeno, indicando a importância da presença de H2O2 para a atividade de MPO. Além disso, a morte das bactérias foi prevenida pela presença de inibidor de MPO, indicando que a morte do patógeno é dependente de MPO.
Com este trabalho, pode-se concluir que há a presença enzimaticamente ativa da MPO em quantidades substanciais nas NETs e a atividade da MPO é importante para o mecanismo microbicida da NET.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012