quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

An Oral Formulation of Amphotericin B Attached to Functionalized Carbon Nanotubes Is an Effective Treatment for Experimental Visceral Leishmaniasis

Post de Diego Moura Santos

ResearchBlogging.orgA leishmaniose visceral é uma doença parasitária causada pelo protozoário do gênero Leishmania. Em humanos a doença é fatal se não tratada. As drogas avaliadas para o tratamento são, em sua maioria, de administração parenteral e apresentam acentuada toxicidade. Outro problema relacionado ao tratamento é a falha terapêutica devido à resistência do parasita às drogas. Para contornar estes problemas, foi desenvolvida a formulação lipossomal da Anfotericina B. Esta nova formulação, além de reduzir a toxicidade da droga, mostrou ser mais efetiva contra a Leishmania, uma vez que é facilmente fagocitada pelos macrófagos, células que albergam os parasitas. O tratamento exige a internação do paciente para a administração da Anfotericina B lipossomal e a monitoração dos parâmetros bioquímicos.

Conforme abordado em post anterior, o grupo de Sundar em 2011[1] elaborou outro tipo de delivery para a Anfotericina B, o nanotubo de carbono (http://limi-lip.blogspot.com/2011/04/novas-tecnologias-para-o-tratamento-da.html). Neste trabalho, o grupo mostrou que a Anfotericina B em nanotubo de carbono (AmB-CNT) inibiu significativamente a replicação do parasita em hamsters infectados, quando comparado com à Anfotericina Lipossomal. No trabalho de 2011, foi utilizado a via intraperitoneal de tratamento. Buscando uma via mais fácil e plausível de ser utilizada em humanos, o grupo resolveu avaliar a via oral de administração da droga[2]. Para avaliar a ação leishmanicida da nova formulação da droga in-vivo, hamsters foram infectados com 108 promastigotas de L. donovani. Após 30 dias os animais foram tratados com diferentes formulações por 5 dias consecutivos. Os autores observaram que a concentração de 5 mg/Kg de AmB-CNT (via oral) foi significativamente melhor que a mesma concentração de Miltefosine, agente oral licenciado para o tratamento da leishmaniose. Por outro lado, a concentração de 15 mg/Kg de AmB-CNT (via oral) possuiu um efeito similar a 5 mg/Kg de Anfotericina Lipossomal (via intraperitoneal).

Em suma, os autores demonstraram que a formulação de AmB conjugada ao nanotubo de carbono pode ser administrada por via oral, o que não é possível com a formulação habitual da droga.

Considerações finais

A produção da formulação proposta pelos autores é fácil de ser preparada e possui um baixo custo em comparação com outros tipos de formulações, até mesmo com a Anfotericina B lipossomal. A possibilidade de administração oral é outro ponto favorável, principalmente em áreas precárias de atendimento médico, dispensando a presença de um profissional treinado para a administração da droga e acompanhamento diário do paciente. Entretanto, são necessários mais estudos para avaliar a toxicidade dos nanotubos em modelos animais.

1. Prajapati VK, Awasthi K, Gautam S, Yadav TP, Rai M, et al. (2011) Targeted killing of Leishmania donovani in vivo and in vitro with amphotericin B attached to functionalized carbon nanotubes. J Antimicrob Chemother 66: 874-879.

2.Prajapati, V., Awasthi, K., Yadav, T., Rai, M., Srivastava, O., & Sundar, S. (2011). An Oral Formulation of Amphotericin B Attached to Functionalized Carbon Nanotubes Is an Effective Treatment for Experimental Visceral Leishmaniasis Journal of Infectious Diseases, 205 (2), 333-336 DOI: 10.1093/infdis/jir735

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