terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Leishmania mexicana inibe a produção de IL-12 via TLR-4, o que está ligado ao aumento da expressão de COX-2, iNOS e arginase-1.

Post de Rômulo Santiago

ResearchBlogging.org


Shweash, M., Adrienne McGachy, H., Schroeder, J., Neamatallah, T., Bryant, C., Millington, O., Mottram, J., Alexander, J., & Plevin, R. (2011). Leishmania mexicana promastigotes inhibit macrophage IL-12 production via TLR-4 dependent COX-2, iNOS and arginase-1 expression Molecular Immunology, 48 (15-16), 1800-1808 DOI: 10.1016/j.molimm.2011.05.013


A leishmaniose é um sério problema de saúde pública. A infecção pela Leishmania segue dois padrões de respostas, protetora ou não. A resposta protetora geralmente está associada a uma resposta do tipo Th1, a qual geralmente é iniciada pela IL-12 e que apresenta altas concentrações de IFN-γ. A incapacidade de cura tem sido associada com diminuição na produção de IL-12 ou uma falta de resposta a esta quimiocina.
A Leishmania é capaz de inibir a produção de IL-12. Contudo, os mecanismos intracelulares utilizados pela Leishmania para regular as respostas celulares ainda não estão claros. O aumento na concentração de PGE2, em parte pela COX-2 induzida pela Leishmania, tem sido relacionado à diminuição de IL-12. Da mesma forma, a produção de NO está associado à diminuição de IL-12.
Os toll-like receptors (TLRs) tem sido implicado nas ações de algumas espécies de Leishmania, como por exemplo, o TLR-2 e MyD88 no controle da infecção por L. major e L. braziliensis. No entanto, as consequências celulares da ligação da Leishmania ao TLR não foram avaliadas. Então, Muhannad Shweash e colaboradores resolveram investigar estas consequências durante a infecção de macrófagos por L. mexicana.
Os autores demonstraram que promastigotas de L. mexicana, na proporção de 5:1, aumenta a fosforilação das três principais MAP quinases: ERK, p38 e JNK em macrófagos. A sinalização via MAP quinase encontrou-se reduzida em macrófagos deficiente para o TLR-4, mas não para TLR-2, e completamente abolida em macrófagos deficiente para ambos TLR (TLR-2 e 4), o que também foi observado durante a infecção com amastigotas deficientes em cisteína peptidase B.
Foi observado também que o TLR-4 leva à indução de iNOS e COX-2, o que prolonga a produção de PGE2 e NO, com diminuição na expressão de IL-12, uma vez que, o bloqueio do PGE2 ou NO com indometacina ou L-NAME, respectivamente, reverteu a inibição da produção de IL-12 induzida pelo LPS.
Da mesma forma, promastigotas de L. mexicana aumentou a expressão e atividade da arginase-1, as quais foram substancialmente reduzidas em macrófagos deficientes para TLR-4, mas não TLR-2. A inibição de arginase com Nor-NOHA também causou reversão da inibição na produção de IL-12 em macrófagos infectados.
Nessa seara, o parasita L. mexicana, através de TLR-4, é capaz de prolongar a e aumentar produção de PGE2, NO e expressão de arginase em macrófagos, os quais limitam a produção de IL-12, caracterizando uma forma de subversão a uma resposta imunes protetoras do tipo Th1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário