sábado, 12 de junho de 2010

Como parar a inflamação!


Post de Theo de Araújo Santos
A Inflamação compreende um importante mecanismo de defesa do organismo para eliminação patógenos, toxinas e outros antígenos. Tanto quanto o início, o término da resposta inflamatória é um processo regulado por diversos fatores, tais como citocinas, quimiocinas e mediadores lipídicos, e a ausência destes sinais de parada podem levar ao desfecho patológico ao invés de protetor da resposta.
Aqui, nós destacamos o receptor de adenosina A2B, que tem sido implicado como um importante regulador do processo inflamatório. Adenosina é formada após a degradação de seu precursor, adenosina trifosfato (ATP). ATP é uma molécula predominantemente intracelular, mas pode ser liberada da célula após stress ou evento de lise celular, sendo degradada a adenosina via uma cascata de ectonucleotidases. Durante o processo inflamatório, algumas células podem ser rompidas e, desta forma liberar o ATP que será degradado à adenosina.
Um grupo americano da University of Medicine and Dentistry of New Jersey tem demonstrado a participação do receptor A2B como modulador da resposta inflamatória, desempenhando papéis tanto no aumento como inibição da inflamação (Haskó, G. et al., Trends in Immunology, 2009).
Em recente publicação intitulada A2B Adenosine Receptors Protect against Sepsis-Induced Mortality by Dampening Excessive Inflammation no Journal of Immunology (184: 3677 - 3688), o grupo investigou a participação do receptor de adenosina A2B na mortalidade durante a sepse. Neste trabalho, o grupo demonstrou a participação do receptor de adenosina A2B na proteção para a progressão do quadro de sepse para morte. A indução de sepse polimicrobiana em camundongos knockouts para A2B ou em camundongos tratados com o antagonista do receptor resultou em uma maior taxa de mortalidade e níveis elevados de citocinas (IL-1beta, TNF-alfa, IL-12p40, IL-6 e IL-10) e quimicionas (MIP-2 e MCP-1) inflamatórias no sangue e no baço, mas, surpreendentemente não esteve relacionada com a carga bacteriana. Em conjunto, os dados apresentados neste artigo demonstram que o receptor de adenosina A2B tem um papel benéfico para o resultado da sepse e pode representar um novo alvo terapêutico para o tratamento de pacientes com sepse.

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