quinta-feira, 8 de abril de 2010

Viés de publicação. Estudos experimentais não publicados levam à superestimação de eficácia.

ResearchBlogging.org
Um estudo interessante foi publicado no PLoS Biology sobre o fato dos estudos que relatam resultados positivos terem maior chance de publicação que os negativos, com o título Publication Bias in Reports of Animal Stroke Studies Leads to Major Overstatement of Efficacy. Este problema é reconhecido no caso de ensaios clínicos mas recebeu pouca atenção nos estudos experimentais. O ponto a destacar é que se os estudos não publicados chegarem a conclusões muito diferentes dos publicados, as conclusões publicadas podem não refletir adequadamente os efeitos biológicos descritos.
“Using the CAMARADES (Collaborative Approach to Meta-analysis and Review of Animal Data in Experimental Studies) database we identified 16 systematic reviews of interventions tested in animal studies of acute ischaemic stroke involving 525 unique publications. Only ten publications (2%) reported no significant effects on infarct volume and only six (1.2%) did not report at least one significant finding.”
“We estimate that a further 214 experiments (in addition to the 1,359 identified through rigorous systematic review; non publication rate 14%) have been conducted but not reported. It is probable that publication bias has an important impact in other animal disease models, and more broadly in the life sciences.”
Os autores também chamam a atenção para os problemas éticos decorrentes da não publicação. Primeiro, os animais utilizados nos experimentos não contribuem para o conhecimento. Segundo, os participantes em ensaios clínicos podem ser admitidos com risco desnecessário, devido à superestimação da eficácia dos estudos relatados em animais.

Sena, E., van der Worp, H., Bath, P., Howells, D., & Macleod, M. (2010). Publication Bias in Reports of Animal Stroke Studies Leads to Major Overstatement of Efficacy PLoS Biology, 8 (3) DOI: 10.1371/journal.pbio.1000344

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