terça-feira, 6 de abril de 2010

Universidade Federal da Bahia e a avaliação do MEC



Este post trata do desempenho da UFBA, a maior e mais antiga universidade na Bahia, na avaliação feita pelo MEC através do cálculo do Índice Geral de Cursos (IGC; abaixo há um texto do INEP sobre o cálculo do IGC). No dia 13 de março passado, a imprensa divulgou os resultados de uma ampla revisão feita pelo INEP nos IGC calculados anteriormente, chamando de novo a atenção para o problema.
A UFBA tem se situado em torno no 350 lugar no cômputo geral e exibiu uma piora no desempenho nas avaliações divulgadas. Ainda é mais grave o fato das universidades estaduais paulistas não participarem da avaliação. Caso participassem, esperar-se-ia que a UFBA estivesse em torno do 400 posto. 
Não é uma situação apropriada nem para sua história nem para o futuro da Bahia. Agrava a situação o fato da posição relativa da UFBA não demonstrar melhora. Pelo que tem sido divulgado internamente, esperava que a posição da UFBA fosse bem mais expressiva. 
Realmente será necessário um esforço importante de diversos segmentos da sociedade baiana para promover a melhora do ensino superior na Bahia. A ciência e tecnologia são fundamentais para o desenvolvimento e o sistema educacional é responsável pela formação de doutores. Os índices educacionais da Bahia são péssimos na sua comparação com outros estados e isto ainda é mais grave quando sabemos que o desempenho do Brasil é baixo internacionalmente.  Todo o sistema educacional da Bahia precisa ser melhorado vigorosamente. 
O que o IGC parece indicar é que a UFBA não aproveitou adequadamente a grande expansão promovida no ensino superior brasileiro durante o governo Lula. Para evitar a síndrome de Fitzcarraldo, é importante discutir como reverter a situação. A época de campanha para novo Reitor deve motivar reflexões profundas.
“Índice Geral de Cursos (IGC)
O Índice Geral de Cursos (IGC) é uma média ponderada dos conceitos dos cursos de graduação e pós-graduação da instituição. Para ponderar os conceitos, utiliza-se a distribuição dos alunos da IES entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado). O IGC será utilizado, entre outros elementos e instrumentos, como referencial orientador das comissões de avaliação institucional.
O conceito da graduação é calculado com base nos Conceitos Preliminares de Cursos (CPC) e o conceito da pós-graduação é calculado a partir de uma conversão dos conceitos fixados pela CAPES.
Vale dizer que nas instituições sem cursos ou programas de pós-graduação avaliados pela CAPES, o IGC é simplesmente a média ponderada dos cursos de graduação.
Para a ponderação das matrículas da graduação, são utilizados dados dos Censos da Educação Superior. Para ponderação da pós-graduação, são utilizados os dados de matrículas da CAPES.”

4 comentários:

  1. Isso é vergonhoso. A UFBA caiu no descaso. E isso não é de hoje. O engraçado nesse contexto é a briga pelo "poder" entre diversos setores dentro dos cursos de graduação desta Universidade. Brigam por que? E para que? Para estampar seus nomes na vergonhosa posição da instituição frente as demais no Brasil? Eu hein! Bem todo mundo sabe de tudo e de todos os envolvidos. Se continuamos assim, é porque gostamos disso. Para onde jogamos a pedra? Já estou com uma na mão...

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  2. Caos. A história se repete. Uma minoria faz quase tudo e uma maioria está apenas interessada no emprego que a "viúva" oferece. Apesar das listas de desempenho tentarem refletir a situação das universidades, estas não apontam para a ferida real das IFES. Sabemos que há ilhas de execelência pulverizadas nas IFES e as mãos atadas (ex.: estabilidade) não permitem que toquemos no calcanhar de Aquiles. Cabeças devem rolar para uma mudança vigorosa no ensino?
    Andre.

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  3. Gostaria de relatar minha experiência atual como aluno do curso de zootecnia.
    Em uma disciplina que curso, existe somente outros 8 alunos matriculados.
    Quase diariamente deparo com barbaridades ensinadas pelos professores:
    Íon hidratado; ordem de grandeza intracelular - Primeiro vem os aminoácidos, depois enzimas depois proteínas... E mil outras. O que mais me preocupa é que os poucos alunos anotam tudo com muita atenção.
    Vejo que o problema está na educação de base. Os alunos do ensino médio e fundamental deveriam ter mais oportunidades para aprender o básico.
    Jogue a sua pedra na nossa falta de educação!!

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  4. Nada mais do que o previsto. Muito embora, bastante distante do necessário e da propaganda enganosa.....

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