segunda-feira, 8 de março de 2010

Café Científico: Os parasitas e o homem

"Café Científico convida pesquisador Manoel Barral
Agecom site
O Café Científico, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (Ufba/Uefs) e pela LDM – Livraria Multicampi, continua sua programação de debates com o tema Os Parasitas e o Homem, que será abordado pelo professor da Faculdade de Medicina da Ufba e pesquisador da Fiocruz/BA, Manoel Barral Neto.
O encontro, na próxima segunda-feira (8), às 18h30, na loja da LDM, na Piedade, é uma oportunidade para cientistas, professores, estudantes e demais interessados compreender os padrões de virulência a partir das estratégias de sobrevivência (transmissão) dos patógenos."

Os Parasitas e o Homem
Manoel Barral-Netto
Centro Pesq. Gonçalo Moniz - FIOCRUZ-Bahia;
Fac. de Medicina da Bahia - UFBA.
O tema central da discussão será a relação entre patógenos parasitários e o homem. Na verdade, o homem como representante dos hospedeiros de parasitas e exemplos obtidos em outros animais também serão utilizados.
A relação parasita-hospedeiro já foi descrita como paradoxal. O parasita depende do hospedeiro para sua sobrevivência, ou seja a sobrevivência do parasita depende da sobrevivência do hospedeiro. Ainda assim, o parasita inflige dano e pode chegar a comprometer a sobrevivência do hospedeiro. Como entender esta relação é o foco central da discussão.
A discussão das estratégias de sobrevivência (transmissão) dos patógenos ajuda a compreender os padrões de virulência.  Um patógeno cuja disseminação depende da mobilidade do seu hospedeiro, pode ter vantagem na seleção de variantes menos virulentas o que leva a menor comprometimento da sobrevivência do hospedeiro. Por outro lado, um patógeno capaz de disseminação através de vetores, pode ter maior possibilidade de sobrevivência pela seleção de variantes mais virulentas, capazes de infectar grande número de indivíduos de forma rápida.
Evidentemente, que os modelos desta relação não são simples e as estratégias indicadas acima sofrem um grande influência do número de hospedeiros susceptíveis que estão disponíveis no meio ambiente.
As co-infecções, ainda pouco estudadas, têm papel importante na sobrevivência tanto dos parasitas quanto dos hospedeiros. Como co-infecções podem ter efeito aditivo no dano sobre o hospedeiro, como isto afeta cada um dos parasitas?
Além das infecções, os parasitas podem modular outras enfermidades. Pode ocorrer, como é mais fácil de imaginar, um agravamento de algumas doenças em decorrência do parasitismo. Contudo, pode ocorrer também uma melhora de enfermidades, incluindo inclusive, em alguns casos, efeitos benéficos sobre a saúde do hospedeiro afetado por enfermidades não-parasitárias.
Outros fatores participam de forma marcante em todo este processo, e daremos ênfase à discussão do papel do sistema imune no entendimento da relação entre parasita e hospedeiro. Este é um campo bastante interessante, com exemplos que incluem a presença de moléculas semelhantes entre parasitas e hospedeiros.
Não há conclusões definitivas, o campo necessita ainda de maior conhecimento antes do desenvolvimento de um modelo que explique as relações complexas entre os parasitas e seus hospedeiros de forma completa.
Em português:
Luis Rey - Parasitologia
David Neves - Parasitologia Humana 11ª ed 
Em inglês:
Crossing the Line: Selection and Evolution of Virulence Traits Brown, N., Wickham, M., Coombes, B., & Finlay, B. (2006). Crossing the Line: Selection and Evolution of Virulence Traits PLoS Pathogens, 2 (5)
DOI:
10.1371/journal.ppat.0020042
http://bit.ly/adfvTZ

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